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AMOR DE VERÃO - Capítulo 16

 



CENA 01: HOSPITAL. LEITO. INTERIOR. DIA

Continuação imediata do capítulo anterior. 


(Música de fundo: Instrumental - Triste Profundo)


Gabriela está tendo uma enorme crise de choro, completamente devastada.


GABRIELA – (gritando e soluçando) Minha vida está arruinada! Eu nunca mais vou ser a mesma! Tudo acabou! Por quê comigo, meu Deus? Por que comigo???

HELENA – Calma, minha amiga. Nós estamos aqui com você. Vamos passar por isso juntas.

GABRIELA – Não, Helena! Não! Quem vai passar por isso sou eu, somente eu. (volta a chorar) Essa história não é minha! Esse destino não pode ser o meu.


Lourdes entra na sala em completo desespero, correndo até a filha.


LOURDES – Minha filha! O que aconteceu com você, meu amor?

HELENA – Gabriela precisa de você, Lourdes. Nós vamos embora para vocês ficarem sozinhas. Se precisarem de algo, é só nos chamar.

ANA – Estamos aqui por vocês. Contem com o nosso apoio.


Helena e Ana saem da sala, deixando mãe e filha sozinhas. Lourdes se aproxima de Gabriela e começa a acariciar a testa da filha, se entregando às lágrimas com ela.


CENA 02: COMPANHIA DE TEATRO. SALÃO PRINCIPAL. INTERIOR. DIA

Rose chega na companhia e vê André parado na recepção e vai até ele.


ROSE – (sorrindo) Bom dia, meu filho! Que bom te ver aqui! Como estão as coisas?


André se vira e os dois se abraçam.


ANDRÉ – Mãe, é ótimo te ver também! As coisas estão indo bem, o musical está ficando perfeito. E você, como está?


Daniel, sorridente, caminha até os dois.


DANIEL – É maravilhoso ver vocês se dando tão bem, mãe e filho. Isso vai melhorar muito o ambiente da companhia.

ROSE – Bom dia, Daniel. (sorri) Bom, é um prazer começar o dia cumprimentando vocês, mas nós temos trabalho a fazer. Até logo.


Daniel e André se despedem de Rose.


CENA 03: COMPANHIA DE TEATRO. LANCHONETE. INTERIOR. DIA

Mariana está sentada numa mesa, comendo um sanduíche. Henrique chega logo atrás e se senta na mesma mesa que ela. Marina revira os olhos. 


HENRIQUE – Marina, a gente tem que conversar. Você me expulsou da sua casa, foi grossa comigo… Eu tenho que entender o que está acontecendo.

MARINA – Henrique, agora eu não tô com saco para isso. Não tá vendo que eu to tomando meu café da manhã? Mais tarde a gente conversa. Por favor.


Marina pega seu lanche e sai da lanchonete. Nesse momento, Bárbara se aproxima dele.


BÁRBARA – Henrique, eu ouvi você falando com a Marina, ela tá bem afastada de você ultimamente, né?

HENRIQUE – Eu não to entendendo ela, acho que o André tem algo a ver com isso.

BÁRBARA – (suspirando) Henrique, preciso te falar. Marina me chamou na casa dela e me disse que queria terminar com você.

HENRIQUE – (bravo) Terminar? Que? Como assim? Você não fez nada para impedir ela?

BÁRBARA – Calma, Henrique. Eu aconselhei ela de que isso não era uma boa ideia, mas eu não posso garantir que ela vai fazer o que eu disse.

HENRIQUE – Você é uma inútil!


Furioso, Henrique sai da lanchonete. Bárbara fica preocupada.


CENA 04: RESTAURANTE. INTERIOR. DIA


(Música de fundo: Futuros Amantes - Chico Buarque)


Ilana e Vicente estão sentados em uma mesa na varanda do restaurante, com visão para o mar. Os dois estão frente a frente. (Música abafa)


ILANA – Eu estou tão empolgada para a minha peça, Vicente, você não faz ideia.

VICENTE – Já começou a organizar o roteiro?

ILANA – Sim! Tô selecionando os principais acontecimentos da minha vida e roteirizando.

VICENTE – Assim que eu gosto.

ILANA – Você não vai acreditar na última do Fernando. 

VICENTE – O que houve?

ILANA – Antes de ir embora de casa, ele disse que me deixaria o apartamento e tudo mais. Quando chegou na audiência, ele disse que não ia abrir mão, nem concordava em vender. Queria o apartamento para ele.

VICENTE – Meu Deus! Como pode um ser humano ser tão ardiloso?

ILANA – E eu tenho certeza que tem dedo na Paula nisso. Eu me questiono o que fiz para essa mulher para ela fazer tudo o que faz comigo. Não consigo entender.

VICENTE – Gente ruim é assim mesmo, Ilana. Não tem explicação. Sente prazer em enganar, em ver o outro sofrer.

ILANA – Fui bem dura na audiência, dizendo que não abriria mão e ainda provoquei os dois no final. Mas, confesso que tenho medo de perder o apartamento, Fernando tem muito mais poder que eu e pode virar o jogo.

VICENTE – Isso não vai acontecer, se esse país ainda tiver justiça. E, caso aconteça, saiba que moradia para você não irá faltar. Pode me procurar que eu resolvo!


(Música retorna) Ilana ri. Os dois trocam olhares e cria-se um clima entre eles. Vicente continua a conversa.


CENA 05: HOSPITAL. INTERIOR. DIA

Paula e Miriam chegam à recepção do hospital.


PAULA – Bom dia, tem uma consulta marcada no nome de Miriam Duarte.

RECEPCIONISTA – (pesquisando) Miriam Duarte… Miriam Duarte da Silva! Achei.

MIRIAM – (revirando os olhos) Não tem como tirar esse "Silva" no sistema?

RECEPCIONISTA – Infelizmente não, senhora. (P) Bom, aguardem que o doutor irá chamar.


Miriam respira fundo.


MIRIAM – Ai, se eu pudesse retirava esse "Silva". Sobrenome horroroso!

PAULA – Meu sobrenome, minha filha, assim você me ofende.

MIRIAM – Ah, mãe, me poupe. Vai me dizer que você gosta?

PAULA – Detesto! Assim que eu me casar com o seu pai, irei tirar e colocar o dele.


As duas sentam nos bancos e aguardam. A enfermeira chega à recepção. 


ENFERMEIRA – Miriam Duarte da Silva.


Em um corte, Miriam está se consultando com o médico e, em outro, fazendo exame de sangue.


CENA 06: COMPANHIA DE TEATRO. SALÃO PRINCIPAL. INTERIOR. DIA

Henrique, com ódio no rosto, vai até André, que está conversando com Antonia, funcionária da companhia.


HENRIQUE – Você vai pagar por tudo que fez, André!


André, sem entender o que está acontecendo, se vira e recebe um soco de Henrique.


ANDRÉ – Que isso?


ABERTURA:



CORTE:


CENA 07: COMPANHIA DE TEATRO. SALÃO PRINCIPAL. INTERIOR. DIA


(Música de fundo: Instrumental - Brigas e Discussões)


Henrique tenta dar outro soco, mas André esquiva e revida o soco dado por Henrique. Os dois se olham com raiva e começam uma luta corporal. Antonia corre e chama Rose, que chega em seguida. Os dois caem no chão e continuam se agredindo. 


ROSE – (gritando) O que está acontecendo aqui? Parem com isso agora!


Henrique e André se soltam.


ROSE – Vocês estão parecendo duas crianças!


Os seguranças chegam e vão até Rose.


ROSE – Levem o Henrique para fora, por favor.


Os seguranças carregam Henrique, que enquanto é levado, encara André com raiva.


HENRIQUE – Eu não vou deixar isso barato, André. Não vou mesmo!


André fica preocupado com Marina e Rose vai até ele para acalmá-lo.


CENA 08: RUA. COMPANHIA DE TEATRO. EXTERIOR. DIA

Henrique está sentado em um banco próximo a entrada. Marina, irritada, sai da companhia e vai até ele. Henrique se levanta para falar com ela.


MARINA – Henrique, o que foi isso? Você tá ficando maluco? 

HENRIQUE – Não importa…

MARINA – Não dá pra continuar assim, Henrique. Eu acho que é melhor terminarmos nosso namoro.

HENRIQUE – Não, Marina! Eu não vou deixar você ir embora. Nós podemos consertar isso, por favor!

MARINA – Eu já tomei minha decisão. 

HENRIQUE – Eu não vou deixar isso acontecer. Não vou mesmo.


Marina vai embora e Henrique, com raiva, chuta uma sacola que estava no chão. (Instrumental encerra)


CENA 09: COBERTURA DE HELENA. SALA DE ESTAR. INTERIOR. TARDE

Ana está sentada no sofá da sala, pensativa. Helena chega ao local e vai se aproximando.


HELENA – Ai, Aninha, eu não consigo tirar a Gabriela da cabeça. 

ANA – Também não, mãe. 

HELENA – Meu Deus, que situação terrível! Eu não consigo tirar a cena de vê-la sendo carregada para a ambulância da minha mente. Mexeu muito comigo…

ANA – Como vai ficar a agência sem ela, hein?

HELENA – Eu faço questão que ela volte a trabalhar lá quando estiver recuperada. Se ela quiser, é claro.

ANA – A vida dela vai mudar completamente, mãe. Imagina ter que se adequar a tudo isso?


Helena entristece e senta no sofá ao lado de Ana, respirando fundo. Ela pega uma almofada e coloca em seu colo.


HELENA – Tô exausta.

ANA – Essa noite no hospital foi bem pesada mesmo.

HELENA – Mas, vamos mudar de assunto, que tal?

ANA – Pode ser.

HELENA – E aí, quando é que eu vou conhecer seu namorado? Se bem que eu nem tô com cabeça pra isso/

ANA – (corta) Muito menos eu, Dona Helena. Prefiro nem falar sobre esse namoro agora.

HELENA – Por quê não, minha filha? Você estava morrendo de amores por esse rapaz.

ANA – Eu só não quero falar. Não agora, nessa situação. 

HELENA – Bem, quem sou eu pra te contrariar, né?!


CENA 10: APARTAMENTO DE RENATA. SALA. INTERIOR. TARDE

Jéssica sai do seu quarto, vai até a cozinha e pega uma fruta. Ao voltar, ela esbarra com sua mãe, Renata.


RENATA – Preciso falar com você, filha.


Jéssica demonstra estar irritada.


RENATA – Eu queria me desculpar com você pelo que aconteceu.

JÉSSICA – Mãe, me poupa disso. Você tem que pedir desculpas para a Gabriela.


Jéssica começa a andar até o seu quarto e sua mãe a segue. Jéssica entra e tranca a porta.


RENATA – Filha, por favor, me escuta!


(Música de fundo: Devolva-me - Adriana Calcanhotto)


CENA 11: RIO DE JANEIRO. EXTERIOR. NOITE

Anoitece na trama. CAM transita pela orla da cidade maravilhosa, que começa a ficar pouco movimentada. Corte para a fachada da Mansão de Paula.


CENA 12: MANSÃO DE PAULA. SUÍTE. INTERIOR. NOITE

Paula está sentada na cama, com o pensamento perdido. Fernando sai do banheiro, enrolado num roupão, e vai se aproximando. (Música encerra)


FERNANDO – Falei com o advogado e ele disse que tem grandes chances de eu ficar com o apartamento. Ele me aconselhou a usar meu charme para persuadir a Ilana, considerando que ela ainda sinta algo por mim e se deixe levar, mas acho muito difícil. 


Paula não dá atenção para o que ele está falando, apenas concorda com a cabeça. Fernando nota.


FERNANDO – (tom) Paula!

PAULA – O que foi agora, Fernando?

FERNANDO – Eu aqui falando sobre o divórcio, um assunto que te interessa, e você nem aí. O que está acontecendo?

PAULA – (irritada) Você já pensou em parar de falar só sobre você e começar a perguntar como foi o meu dia? Como foi o dia da sua filha?

FERNANDO – Ih, que é que é, hein? Por que isso agora?

PAULA – Hoje eu tive que socorrer a Miriam, Fernando. Ela acordou com muita falta de ar, dor de cabeça e estava pálida. Pálida!

FERNANDO – Sim… e o que eu posso fazer quanto a isso? Você não levou ela ao médico?

PAULA – Como assim "o que você pode fazer quanto a isso", Fernando? Eu estou te relatando que a nossa filha está com algum problema de saúde. E eu não sei te dizer, mas não estou com um pressentimento bom…

FERNANDO – Ela fez exames?

PAULA – Fez.

FERNANDO – Então para de alarmismo, Paula. Vamos esperar os resultados. Pode não ser nada, apenas uma enfermidade boba.

PAULA – Algo me diz que não. (P) E essa sua frieza me choca.


Paula desiste de conversar e se deita, virando de costas para ele. Fernando respira fundo e resolve relevar a situação. 


CENA 13: CASA DE MARINA. SALA. INTERIOR. NOITE

Marina escuta a campainha tocar e vai até a porta. Ao abrir é André, segurando uma sacola de guloseimas.


ANDRÉ – Posso entrar?

MARINA – Ah, claro.


André entra e coloca a sacola na mesa e se sentam no sofá.


ANDRÉ – Eu não consegui parar de pensar em você, Marina. Precisava ter certeza de que você está bem.

MARINA – Eu tô lidando com a minha decisão. Obrigada por se importar.

ANDRÉ – Você sabe que sempre vou estar aqui com você, Marina. Quero te apoiar, mesmo que como amigo.


(Música de fundo: Love Love - Gilsons)


Eles trocam olhares intensos.


MARINA – Não precisa ser só como amigo.


Os dois começam a se aproximar lentamente. Marina e André se deixam levar pelo momento e seus lábios se tocam, iniciando um beijo intenso. (Música encerra)


CENA 14: HOSPITAL. LEITO. INTERIOR. NOITE


(Música de fundo: Instrumental - Ternura)


Gabriela está mais tranquila. Lourdes está sentada em uma poltrona ao lado da filha, não conseguindo tirar o olhar dela.


LOURDES – Você tá bem nessa posição, minha filha? Não quer que eu chame a enfermeira para deitar a maca?

GABRIELA – Já disse que estou bem, mãe. Não quero deitar, cansei de olhar para o teto.


Ouve-se uma batida na porta e a enfermeira entra.


ENFERMEIRA – Boa noite, desculpe o incômodo. Tem uma jovem mulher aqui fora, apresentando-se como Jéssica Andrade e diz que deseja falar com a Gabriela.

LOURDES – Eu acho melhor não/

GABRIELA – (corta) Pode deixar entrar.

LOURDES – Tem certeza, minha filha?

GABRIELA – Tenho.


A enfermeira se retira e, segundos depois, Jéssica entra lentamente na sala. O olhar da jovem vai direto ao encontro de Gabriela, as duas se encaram, ambas com lágrimas nos olhos.


ENCERRAMENTO:







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