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AMOR DE VERÃO - Capítulo 18

 



CENA 01: PRAIA. EXTERIOR. NOITE

Continuação imediata do capítulo anterior. Celso fica incrédulo diante da descoberta. Ana e Helena se encaram, ambas com os olhos cheios de lágrimas. 


HELENA – Eu quero acreditar que tudo isso é um sonho. O pior dos sonhos. Um pesadelo.

ANA – Mãe, eu posso explicar… As coisas foram acontecendo muito rápido, eu perdi o controle!

HELENA – Agora eu entendi porque você não queria me contar a verdade. Porque você é uma traidora!

CELSO – Eu não tô entendendo o que tá acontecendo aqui/

HELENA – (corta) Fica na sua! É melhor não se intrometer. (P) Meu Deus, agora tudo faz sentido, você lá na frente do prédio…

ANA – Mãe, vamos pra casa conversar com mais calma/

HELENA – (corta/exaltada) Eu não quero conversar com você! Aliás, eu nem sei o que tô fazendo aqui ainda.

ANA – Mãe, calma!


Helena dá as costas para eles e volta para o carro. Ao entrar, coloca o cinto e dá partida, indo embora. Ana tenta ir atrás, mas Celso a segura. Ela se debate, enquanto chora tentando se soltar.


ANA – Me solta! Eu preciso ir atrás dela!

CELSO – A Helena está nervosa, Ana! É melhor deixar ela se acalmar!

ANA – A minha mãe nunca vai me perdoar, Celso! Nunca!

CELSO – Você só precisa dar um tempo pra ela.


Ana derrama lágrimas no ombro do homem, que tenta lhe dar o maior conforto.


CENA 02: FLAT DE VICENTE. INTERIOR. NOITE


(Música de fundo: Futuros Amantes - Chico Buarque)


Ilana e Vicente continuam se beijando intensamente. Ilana acaba caindo em si e separa-se dele. (Música abafa)


ILANA – O que foi isso, Vicente?

VICENTE – Me desculpa…

ILANA – Isso não tá certo… Isso não podia acontecer… Eu vou embora!

VICENTE – Calma, Ilana, não precisa ser assim.

ILANA – Precisa sim!


(Música retorna) Ilana pega sua bolsa no sofá e vai embora do apartamento. Close em Vicente, que fica mal após a situação. (Música encerra)


CENA 03: APARTAMENTO DE MARINA. SALA. INTERIOR. NOITE


(Música de fundo: Instrumental - Tenso)


Henrique permanece intimidando Marina.


MARINA – Você tá louco! Eu não te devo satisfações da minha vida.

HENRIQUE – Eu não vou aceitar o fim do nosso namoro, Marina! Você só terminou comigo para me atingir!

MARINA – Henrique, para com isso agora! Eu exijo que você saia da minha casa.


Henrique tenta se impor e agride Marina com vários tapas e apertos. Marina mede forças contra Henrique, o empurrando para longe e conseguindo tirar ele de seu apartamento. Ela fecha e tranca a porta.


HENRIQUE – (Batendo na porta) Marina, por favor, me escuta! Eu não queria... eu não queria chegar a esse ponto.


Marina pega o interfone e liga para a portaria do prédio.


MARINA – (Falando ao telefone) Por favor, não permita que o Henrique suba novamente. Eu estou bem, mas preciso que ele seja impedido de entrar.

HENRIQUE – (Batendo na porta e gritando) Marina! Marina!


Marina fica inquieta com o que acabou de acontecer.


CENA 04: COBERTURA DE HELENA. INTERIOR. NOITE


(Música de fundo: Instrumental - Dramas de Helena)


A porta do apartamento é aberta. Helena entra, tranca a porta e pendura sua chave. Ela caminha em meio a escuridão, completamente desnorteada. A mulher começa a ter uma intensa crise de choro, ao lembrar do beijo que viu entre Ana e Celso. Helena desequilibra-se ao tentar subir as escadas e senta em um degrau, colocando a mão na cabeça e entregando-se para a tristeza. Em um corte, ela vai até o sofá, onde deita e começa a refletir, não acreditando em tudo que está acontecendo. Helena acaba adormecendo e, ao fundo, visualizamos as horas passando e o sol nascendo. (Instrumental encerra)


CENA 05: HOSPITAL.CORREDOR. INTERIOR. DIA

Gabriela está em uma cadeira de rodas, sendo levada para fora do hospital. Ao lado dela está Lourdes, um médico e uma enfermeira.


MÉDICO – Gabriela, você recebeu alta, mas lembre-se que é importante que você continue seguindo as instruções de cuidado em casa. O tratamento ainda não terminou, mas tenho certeza de que você está no caminho certo, pois é uma mulher muito inteligente.

ENFERMEIRA – Estaremos disponíveis para qualquer dúvida ou suporte que você precisar. Você não está sozinha nessa jornada, Gabriela.

GABRIELA – Muito obrigada por tudo que fizeram por mim.


O médico e a enfermeira vão embora e Lourdes leva sua filha até a saída do hospital.


CENA 06: COMPANHIA DE TEATRO. SALA DE ENSAIOS. INTERIOR. DIA

Marina chega na sala de ensaios com maquiagem, disfarçando os hematomas que recebeu da agressão. Ela tenta manter a normalidade e se encontra com André e Bárbara.


ANDRÉ – Marina, você está bem? Parece que aconteceu algo...

MARINA – Estou bem, André. Só um pequeno incidente, nada com o que se preocupar. Vamos continuar com os ensaios.

BÁRBARA – A gente parou na página 18, né…?


André continua olhando para Marina, desconfiado de algo.


CENA 07: COMPANHIA DE TEATRO. ESCRITÓRIO DE VICENTE. INTERIOR. DIA

Vicente está trabalhando em seu notebook. Ouve-se uma batida na porta e ele atenta.


VICENTE – Pode entrar.


A porta é aberta e Ilana entra, completamente sem jeito. Ao olhar para a mulher, Vicente levanta-se de sua cadeira e fica de pé diante dela.


VICENTE – Ilana…

ILANA – Vicente, nós precisamos conversar.


ABERTURA:



CORTE:


CENA 08: COMPANHIA DE TEATRO. ESCRITÓRIO DE VICENTE. INTERIOR. DIA

Vicente caminha até mais perto de Ilana, e os dois ficam frente a frente.


VICENTE – Me desculpa pelo o que aconteceu ontem à noite, Ilana. Eu não sei onde eu estava com a cabeça. 

ILANA – Vicente, eu estou pensando em desistir da peça. 

VICENTE – (choque) O quê? Como assim? Tudo isso por causa de um beijo? Você não pode desistir do seu sonho.

ILANA – Vai ser o melhor para nós dois. Não tem clima para continuar.

VICENTE – A gente pode passar uma borracha nessa situação, Ilana. Fingir que nunca aconteceu. Pronto. Esse beijo nunca aconteceu!

ILANA – (chorosa) Esse não é o problema, Vicente…

VICENTE – Então qual é?

ILANA – É que eu não sei se vou conseguir resistir a você. 


(Música de fundo: Futuros Amantes - Chico Buarque)


Vicente surpreende-se. Os rostos dos dois vão se aproximando e, em um impulso, Vicente beija Ilana novamente. Ambos ficam envolvidos, mas Ilana encerra o beijo. Eles trocam olhares intensos e cheios de lágrimas. Ilana dá as costas para o homem e deixa a sala. CAM foca em Vicente.


VICENTE – O que foi que eu fiz?


(Música encerra)


CENA 09: COMPANHIA DE TEATRO. SALA DE ENSAIOS. INTERIOR. DIA

Marina está sentada no chão do palco e ao levantar, esbarra em Bárbara que está segurando uma garrafa de água. A água cai toda sobre seu rosto, fazendo sua maquiagem sair.


BÁRBARA – Ai Marina, me desculpa, foi sem querer.


Bárbara e André reparam no rosto de Marina e veem os hematomas.


ANDRÉ – Marina, o que aconteceu? Esses hematomas... 

BÁRBARA – Marina, você está machucada? Por favor, diz o que aconteceu.

MARINA – (Com voz trêmula) Foi o Henrique… 

ANDRÉ – Ah não! O que esse babaca fez?

BÁRBARA – Calma, André!

MARINA – Eu não queria que vocês soubessem, mas... Ele veio na minha casa, falou um monte de coisas sobre mim e me bateu.

BÁRBARA – Eu não posso acreditar… 

ANDRÉ – Isso é inaceitável! Ele tem que pagar pelo que fez. Vamos denunciar ele.

BÁRBARA - Você tem que tomar uma providencia sobre isso, Marina.


Marina fica com medo do que pode acontecer e Bárbara se sente culpada por ter enviado aquela mensagem para ele.


CENA 10: COMPANHIA DE TEATRO. SALA DE VICENTE. INTERIOR. DIA

Rose entra na sala de Vicente e nota imediatamente que ele parece abatido, mesmo que tente disfarçar.


ROSE – Vicente, está tudo bem?

VICENTE – Ah, Rose, não é nada. Apenas alguns contratempos, mas não se preocupe com isso.

ROSE – Bem, Vicente, pensei bastante sobre sua proposta para atuar no musical… E decidi que vou aceitar o papel. Será um desafio, mas estou animada para voltar aos palcos!


Antes que Vicente possa responder, Daniel, marido de Rose, entra na sala, aparentemente no momento certo para ouvir a notícia.


DANIEL – Rose, você vai voltar aos palcos? Isso é incrível! Mal posso esperar para ver voce e o André contracenando juntos.

VICENTE – Acho que isso merece até uma festa de comemoração! (Ri)


Rose fica sem jeito.


CENA 11: HOSPITAL. INTERIOR. DIA

Jéssica chega à recepção do hospital e vai em direção ao balcão. 


RECEPCIONISTA – Bom dia.

JÉSSICA – Bom dia, eu gostaria de visitar a paciente Gabriela Fernandes.

RECEPCIONISTA – A senhora é da família?

JÉSSICA – Sou uma amiga.


A recepcionista pesquisa por Gabriela no sistema.


RECEPCIONISTA – Aqui no sistema consta que essa paciente recebeu alta. Hoje mesmo.

JÉSSICA – Sério? Que bom… Que bom. Fico muito feliz. (P) Obrigada.


Jéssica se afasta do balcão, sorrindo, mas começa a pensar mais profundamente.


JÉSSICA – E agora, como eu vou encontrá-la? Será que é realmente o fim entre Gabriela e eu?


CENA 12: APARTAMENTO DE RENATA. SALA. INTERIOR. DIA

Caio toca a campainha e Renata abre a porta. Sem pensar duas vezes, ela dá um ponto final nessa história.


RENATA – Caio, você já causou problemas demais. Não quero mais ouvir nada que você tem a dizer. É melhor você ir embora.

CAIO – Por favor, Renata, só quero conversar. Você sabe que a gente não teve culpa nenhuma no acidente daquela mulher, né?

RENATA – Eu não quero saber se a gente teve culpa ou não. Simplesmente não quero te ouvir nem te ver. Por favor, vá embora.

CAIO – Você tem que me escutar? Onde tá a Jéssica? Eu quero vê-la. Precisamos resolver essa situação/


Renata fecha a porta com firmeza, deixando Caio do lado de fora e encerrando o possível diálogo. Ele fica parado por um momento, olhando para a porta fechada e logo depois vai embora.


CENA 13: APARTAMENTO DE GABRIELA. SALA. INTERIOR. DIA

Lourdes pega uma cadeira e se senta ao lado de Gabriela, que está pensativa.


LOURDES – Gabriela, querida, notei que você está calada, pensando, desde que saiu do hospital. Algum problema em particular?

GABRIELA – Mãe, é a Jéssica. Não consigo tirá-la da minha mente. Sinto falta dela e dos momentos que passamos juntas.

LOURDES – Filha, entendo que você sinta falta de Jéssica, mas às vezes precisamos seguir em frente. O que aconteceu entre vocês foi difícil, e é importante cuidar do seu coração.

GABRIELA – Mas, mãe, e se houver uma chance de consertar as coisas? E se eu ainda gosto dela?


Lourdes segura as mãos de Gabriela.


LOURDES – Minha querida, às vezes o amor não é suficiente para sustentar um relacionamento. Precisamos pensar em nossa própria felicidade e bem-estar. Se Jéssica fez mal para a sua vida, talvez seja hora de buscar novos caminhos.

GABRIELA – Você sempre sabe o que dizer, mãe. 

LOURDES – Estou aqui para apoiar você em todas as suas decisões, minha querida. O mais importante é que você seja feliz.


Lourdes abraça a filha.


CENA 14: HOSPITAL. CONSULTÓRIO. INTERIOR. DIA

Paula e Miriam chegam ao consultório acompanhadas da enfermeira. Elas se acomodam e sentam em frente ao médico.


MÉDICO – Bom dia! Tudo bem com vocês?

PAULA – Tudo sim, doutor.

MÉDICO – Como vai, Miriam?

MIRIAM – Bem…

MÉDICO – Bom, o resultado dos exames saíram e eu chamei vocês aqui para explicar o que eles apresentaram.


Paula percebe a tensão do médico e fica desconfiada. Miriam está totalmente atenta.


MÉDICO – Bem, Miriam, o resultado do seu hemograma apresentou alterações na contagem de plaquetas e valores dos glóbulos brancos e vermelhos. Naquele dia você também fez o exame de mielograma, que é o exame da medula óssea. E nisso, após as análises laboratoriais, chegamos a um diagnóstico. 

PAULA – (nervosa) É grave, doutor?

MIRIAM – Deixa ele terminar de falar, mãe.

MÉDICO – Foram constatadas células leucêmicas em seu organismo. O seu quadro é de leucemia aguda, Miriam.


(Música de fundo: Instrumental - Amores Distantes)


Paula arregala os olhos. CAM foca no rosto de Miriam, seu olhar está repleto de lágrimas. 


MIRIAM – Eu tô com câncer?!


CENA 15: COBERTURA DE HELENA. INTERIOR. DIA

Helena desce as escadas do andar de cima até o térreo, ainda de camisola. Ao chegar na sala, depara-se com Ana, de costas, na entrada do apartamento. Ana nota a presença de Helena na sala e volta para ela. As duas se encaram.


ANA – (voz chorosa) Será que a gente pode conversar, mãe?


Helena está sem reação. Ana tenta controlar o nervosismo. Closes alternados entre as duas e final em Helena. (Instrumental encerra)


ENCERRAMENTO:



VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER É CRIME! DISQUE 180 E DENUNCIE.






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