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AMOR DE VERÃO - Capítulo 04

 



CENA 01: APARTAMENTO DE ILANA. INTERIOR. NOITE

Continuação imediata do capítulo anterior. Ilana tenta associar o que Fernando acabou de fazer.


ILANA – Separação? Como assim, Fernando? Do que é que você tá falando?

FERNANDO – Eu tô falando que cansei de manter um casamento de fachada.

ILANA – (início de choro) Fernando, calma, não faz assim. A gente pode conversar, achar uma saída melhor, não sei.

FERNANDO – Não existe mais condições de ter conversa, Ilana.

ILANA – (chorando) Por que não? A gente nunca tentou, na verdade você nunca tentou, porque eu sempre insisti para que a gente dialogasse, mas você nunca fez questão. 

FERNANDO – Sai da minha frente, por favor. Eu vou pegar minhas coisas.

ILANA – O quê?! Como assim? Você vai embora?

FERNANDO – Qual sentido tem em eu continuar aqui?

ILANA – (caindo em si) Então você já tem até pra onde ir…

FERNANDO – Eu vou te deixar esse apartamento e você vai continuar recebendo os lucros da sua parte da empresa. Quer saber mais alguma coisa?


Ilana fica calada e lágrimas não param de escorrer pelo seu rosto. Fernando ultrapassa ela e vai em direção ao quarto.


CENA 02: MANSÃO RENEE VENTURA. SALÃO. INTERIOR. NOITE

A música no ambiente é alta, as luzes estão apagadas, o local é apenas iluminado pelo jogo de luzes. Pessoas dançam, bebem, conversam e transitam por todo o salão. Ana está encostada no bar, isolada. O barman se aproxima. 


BARMAN – A moça vai querer alguma coisa?

ANA – Uma água. Tem?

BARMAN – Com gás ou sem?

ANA – Com gás. Se puder coloca uma rodela de limão e um monin de maçã verde.

BARMAN – Certo.


Ele volta para o mixer para preparar a água com gás. Um homem se aproxima do bar e se encosta na bancada.


CELSO – Amigo, me vê uma limonada Suíça, por favor.

BARMAN – Certo, chefe.


Celso repara a solidão de Ana e se aproxima dela.


CELSO – Você também tá sozinha?

ANA – Tá falando comigo?

CELSO – Tem mais alguém aqui?

ANA – (respira fundo) Eu tô sozinha.

CELSO – Bem, agora não está mais. Quer companhia?

ANA – Tanto faz.

CELSO – Tanto faz?! Olha que ter a companhia de Celso de Sá não é pra qualquer um.


Ana dá uma risada debochada e revira os olhos.


CELSO – Qual o seu nome?

ANA – Ana.

CELSO – Ana Paula? Ana Carolina? Ana Flávia? Ana Helena?

ANA – Somente Ana.

CELSO – Hum. Achei um nome bem imponente.

BARMAN – Aqui a água com gás da moça e a limonada suíça do homem.


Os dois pegam suas bebidas e começam a dar goles.


CELSO – Você faz o quê da vida, Ana?

ANA – Você não vai me deixar em paz, né?

CELSO – Se você quiser que eu vá embora, eu vou. Só que eu te achei uma pessoa muito interessante e quero conversar pra passar o tempo, essa festa está um porre e eu quero me distrair.

ANA – Pior que eu também tô achando essa festa um saco, uma companhia não seria ruim.

CELSO – Então vamos recomeçar? (P) Prazer, me chamo Celso.

ANA – Prazer, Ana.


Os dois sorriem um para o outro e iniciam uma conversa.


CENA 03: CASA DE ROSE. INTERIOR. NOITE

Rose está assistindo um filme na sala, enquanto devora uma panela de brigadeiro. A campainha toca e ela pausa o audiovisual, indo até a porta para atender. Quando abre, é surpreendida por Vicente.


ROSE – Vicente…

VICENTE – Será que a gente pode conversar?

ROSE – Se for sobre a minha saída da companhia/

VICENTE – Rose, por favor. Vamos conversar.


Ela acaba cedendo e permite a entrada do homem em sua residência. Vicente repara na televisão, que está pausada em "Mamma Mia".


VICENTE – Assistindo Mamma Mia… 

ROSE – Você sabe que é meu preferido. 

VICENTE – Não à toa escolhi para ser a nossa próxima peça, meu maior desejo é que você retorne aos palcos nela. Porém, não é sobre isso que vim falar aqui com você.

ROSE – Vicente, eu já tomei uma decisão e não pretendo voltar atrás. 

VICENTE – Me explica pelo menos o porquê. Eu sempre fui a única pessoa com quem você se abria, agora você não me fala nada.

ROSE – Eu não queria falar sobre isso…

VICENTE – Por favor. Confia em mim, eu sou o seu melhor amigo. Seu confidente. Esqueceu?

ROSE – Tudo bem, Vicente. Já que você insiste tanto, eu vou te contar. (P) O novo professor que você contratou é meu ex-marido. 

VICENTE – Como assim? O Daniel? É ele?

ROSE – O próprio. E ele ainda trouxe o André com ele.

VICENTE – Meu Deus, Rose, eu não lembrava dele. O vi apenas àquela noite quando/

ROSE – Não vamos relembrar aquela noite, por favor.

VICENTE – Foi por causa daquela noite que você nunca mais quis voltar aos palcos, não foi?

ROSE – Vicente, eu já disse pra não tocarmos nesse assunto.

VICENTE – Tudo bem, me desculpe. Mas, se o problema é ele, eu o demito sem maiores preocupações. Ele é um ótimo profissional, mas a minha prioridade sempre será você. 

ROSE – Não faça isso, Vicente. Não misture o pessoal com o profissional. Quem tem que me adequar a essa nova realidade sou eu, preciso apenas de um tempo.

VICENTE – Um tempo…

ROSE – Sim. Eu só preciso tomar coragem pra conseguir encarar o Daniel. E principalmente, o André.

VICENTE – Será que eles vieram justamente para nossa companhia por sua causa?

ROSE – Provavelmente.


Vicente respira fundo.


VICENTE – Muito obrigado por esclarecer tudo, minha amiga. Você sabe que pode contar comigo pra tudo.

ROSE – Obrigada, Vicente.

VICENTE – Me promete que vai voltar pra companhia mais cedo ou mais tarde?

ROSE – Prometo.


Em um gesto de carinho, os dois se abraçam. 


CENA 04: APARTAMENTO DE ILANA. SALA. INTERIOR. NOITE


TRILHA SONORA: Instrumental (até o final desta cena)


Ilana está inconsolável, com o rosto vermelho e inchado de tanto chorar. Fernando chega com suas malas na sala e ela tenta se conter.


ILANA – Então é isso? Você vai mesmo jogar vinte anos no lixo e acabar com o nosso casamento?

FERNANDO – O nosso casamento já acabou há muito tempo, Ilana. Ou você não percebeu? Estou apenas colocando o ponto final nessa história. 

ILANA – Eu lutei, Fernando. Eu tentei salvar esse casamento, mas isso não dependia apenas de mim. Você nunca se esforçou minimamente para que essa situação mudasse. Aí agora, você chega do nada e me joga essa bomba?! Fica parecendo que essa relação nunca valeu de nada pra você. 

FERNANDO – Ilana/

ILANA – Há quanto tempo você planejava isso? Porque coisas assim não são do dia pra noite. Há quanto tempo você me fazia de idiota?

FERNANDO – Ilana, por favor/

ILANA – Você tem outra, não é? É claro que tem. E a otária aqui fazendo de tudo pra te segurar, quando na verdade você nem era mais meu há muito tempo. Eu chego até a me questionar se algum dia você já foi meu.


Fernando baixa a cabeça e respira fundo.


FERNANDO – É só isso?


Ilana não responde mais nada.


FERNANDO – Adeus, Ilana.


Fernando arrasta suas malas até a saída e vai embora. Ilana vai até a porta e tranca, voltando a desabar em lágrimas. 


CENA 05: COBERTURA DE HELENA. SALA. INTERIOR. NOITE

Helena está sentada no sofá da sala, com o pensamento perdido, relembrando de sua juventude.


TRILHA SONORA: Cyndi Lauper - Girls Just Want To Have Fun (até o final do flashback)


Ao som da trilha sonora, Helena, aos poucos, vai voltando ao passado.

FLASHBACK ON

Helena (25) está dançando ao som da música que toca na balada. Celso (25) vai se aproximando dela e os dois ficam frente a frente, enquanto dançam e se encaram. Aos poucos, ambos vão ficando cada vez mais próximos, até que seus lábios se encontram e um beijo intenso e apaixonado acontece.


FLASHBACK OFF


A mulher continua recordando os momentos daquela época em sua mente, a ternura em seu olhar é visível. A porta do apartamento é aberta e Vicente entra, ele a chama por uma vez e ela não percebe, até a segunda.


VICENTE – Helena!

HELENA – Ah, oi. Já chegou?

VICENTE – Cheguei. A Ana ainda está na festa?

HELENA – Sim.

VICENTE – No que é que você estava pensando, hein? Te chamei uma vez e não escutou. Pela sua cara, pensava em coisas boas.

HELENA – Estava relembrando dos bons momentos da juventude. 

VICENTE – Oh tempo bom que não volta mais… em que bons momentos você estava pensando?

HELENA – Em bons momentos.

VICENTE – Não vai me dizer quais?

HELENA – Nem por um decreto.


Vicente dá um riso desajeitado e baixa a cabeça. 


VICENTE – Bem, eu vou deitar. Estou exausto. Você não vai?

HELENA – Não estou com muito sono. Acho que vou esperar a Aninha chegar.

VICENTE – Certo. Boa noite.

HELENA – Boa noite.


CENA 06: CONDOMÍNIO. MANSÃO. JARDIM. EXTERIOR. NOITE

Ana e Celso vieram para o lado externo da residência e caminham juntos pelo jardim da mansão. 


ANA – Essa festa tá um saco. 

CELSO – Minha companhia é tão ruim assim?

ANA – Não é isso. Você é excepcional, aquelas pessoas lá de dentro que eu não simpatizo.

CELSO – Vou te confessar que também não, ainda bem que conseguimos escapar. Só vim porque a Renee insistiu muito.

ANA – Eu vim porque queria conhecer pessoas novas, alguém interessante… e até que conheci.

CELSO – "Até" que conheceu?! Não senti firmeza nessas suas palavras.

ANA – Está bem. Eu conheci alguém interessante!

CELSO – Ah, sim, agora eu gostei.

ANA – Você tem um ego um pouco elevado, né?

CELSO – Apenas autoestima.


Ambos riem.


CELSO – Pra mim também valeu a pena ter vindo, se você quer saber.

ANA – Ah tá, que bom que você falou, porque eu poderia jurar que você estava me detestando. (Ri)

CELSO – (Ri) Humor ácido. Gosto. (P) Sabe que você me lembra muito alguém? Não só na aparência, mas também no jeito…

ANA – Você deve estar me confundindo, pois sou uma personalidade bem única. 

CELSO – E ainda me chama de convencido…

ANA – (sarcástica) É autoestima!


Celso revira os olhos. Ana pega seu celular e nota o horário, arregalando o olhar.


ANA – Meu Deus, já está tarde. Preciso ir pra casa. E o pior que essa hora é horrível de conseguir uber.

CELSO – Você mora aqui no Leblon?

ANA – Moro. Minha casa nem é tão longe, mas faz medo, enquanto mulher, ir andando sozinha à noite. O Rio não é para amadores.

CELSO – Se você quiser posso te levar em casa.

ANA – É sério?

CELSO – Seríssimo. 

ANA – Então eu acho que vou aceitar, viu?! 

CELSO – Certo. Você quer ir agora?

ANA – Se for possível. 


CORTE RÁPIDO:


CENA 07: PRÉDIO. FACHADA. EXTERIOR. NOITE

Celso estaciona o carro em frente ao prédio. Ana retira o cinto e prepara-se para descer.


ANA – Muito obrigada pela carona, viu?!

CELSO – De nada. Agora, você é muito corajosa, hein? Aceitando carona de um homem que conheceu hoje. Pelo amor de Deus, não faça mais isso.

ANA – Você me pareceu de confiança. 

CELSO – Mesmo assim.

ANA – Bom, o que importa é que eu tô viva, né?


Os dois dão risada.


CELSO – Obrigada pela noite, viu? Sua companhia fez aquela festa ficar muito melhor.

ANA – Eu que te agradeço por ter me acolhido naquela selva, risos.

CELSO – Até outro dia.

ANA – Até. 


Ana sorri para ele e desce do veículo. Celso continua acompanhando ela pelo olhar, esperando até que a mulher entre no prédio. 


CORTE:



CORTE:


CENA 08: COBERTURA DE HELENA. SALA. INTERIOR. NOITE

Ana abre a porta com calma e vai entrando em passos lentos. No entanto, Helena está na sala lendo uma revista. A jovem está com um sorriso no rosto.


HELENA – Buu!

ANA – Ainda acordada, mãe?

HELENA – Tô sem sono. Que sorrisinho safado é esse no seu rosto, hein?!

ANA – Nada…

HELENA – Ih, não faz a sonsa! O que aconteceu?

ANA – Talvez… só talvez, eu tenha conhecido alguém interessante.

HELENA – O QUÊ?! Me conta tudo, filha.

ANA – Ai, mãe, ele é um gentleman. Um homem vivido, aculturado, tudo de bom.

HELENA – Ele é mais velho?

ANA – É.

HELENA – Humm… conta mais.

ANA – Será que pode ser outra hora? Eu tô morrendo de sono.

HELENA – Ok, eu posso esperar.

ANA – Boa noite, mãe. 

HELENA – Boa noite, meu amor.


Ana vai até ela e lhe dá um beijo na testa. Na sequência, se dirige até as escadas e sobe em direção ao seu quarto. Helena dá uma risada e volta a folhear a revista. 


CENA 09: RIO DE JANEIRO. EXTERIOR. MANHÃ


TRILHA SONORA: Mart'nália - Cabide (até o final desta cena)


CAM circula pelos principais pontos da extensa orla da cidade maravilhosa, deixando a noite e dando espaço para um novo dia na trama. Em uma transição suave, somos levados para a fachada da companhia de teatro.


CENA 10: COMPANHIA DE TEATRO. SALA DE ENSAIOS INTERIOR. DIA

Marina, Henrique e André estão na sala de ensaios conversando sobre os recentes acontecimentos e Bárbara chega correndo.


BÁRBARA – Gente, vocês não vão acreditar! Acabaram de me contar que a peça "O Jardim sem Flores" foi cancelada.

MARINA – O quê? Como assim? Ele disse por quê?

BÁRBARA – Parece que houve contratempo. Os roteiros simplesmente sumiram! Não há como seguir em frente sem eles.


Marina olha para Henrique, certa de que foi ele que fez isso, mas não diz nada.


BÁRBARA – Eles vão imprimir tudo de novo. Além disso, agora temos algo novo para nos dedicarmos. Os testes para Mamma Mia - Musical estão prestes a começar.

MARINA – (suspira) Pelo menos temos outra oportunidade. 

ANDRÉ – Eu estava animado para "O Jardim sem Flores", mas vamos nos concentrar no musical agora.


TRILHA SONORA: Instrumental (até o final desta cena)


Henrique tenta partir para cima de André, mas Bárbara e Marina impedem.


HENRIQUE – Animado pra beijar minha namorada né babaca?

BÁRBARA – Henrique, por favor. Briga agora não né?

ANDRÉ – Tudo bem Bárbara, eu já tô conhecendo a personalidade dele. Aliás, quero concorrer ao papel principal, acho que vou me sair bem.

HENRIQUE – Ah, é? Acha mesmo que tem o que é preciso para o papel principal? Vamos ver quanto talento você tem.

ANDRÉ – Não estou aqui para competir com você, Henrique. Estou buscando uma oportunidade de mostrar meu potencial.

MARINA – Chega, Henrique! Deixe o André em paz. Ele tem o direito de se candidatar ao papel que quiser.


Henrique olha furioso para André e respira fundo, controlando sua raiva.


HENRIQUE – Tudo bem, faça o que quiser. Mas saiba que não será tão fácil assim. Eu estou aqui há mais tempo e já provei meu valor.

ANDRÉ – Cada um tem sua chance, Henrique. Vamos ver quem sairá melhor nos testes.


CENA 11: CASA ROSADA. ESCRITÓRIO DE HELENA. INTERIOR. DIA

Helena está em frente à tela do computador, mexendo em alguns arquivos.


HELENA – Ai, depois vou mandar a Ana imprimir tudo isso pra mim, detesto ficar vendo essas coisas em tela de computador…


Ouve-se uma batida na porta, que logo é aberta e revela Ilana, com uma expressão abatida.


ILANA – Será que a gente pode conversar, minha amiga?

HELENA – Ilana, minha amiga, o que foi que aconteceu? Que cara é essa? 

ILANA – Eu tô péssima, Helena.


Helena retira seus óculos, levanta da cadeira e vai até a amiga, abraçando-a. Na sequência, as duas vão até um sofá que há na sala e sentam frente a frente.


HELENA – Você quer um café, um chá, uma água?

ILANA – Não, obrigada.

HELENA – Por que é que você está péssima?

ILANA – O Fernando me deixou.

HELENA – (surpresa) Mentira, Ilana. Como foi que isso aconteceu?

ILANA – Nosso casamento já vinha desgastado há tempos, eu tentei de tudo pra nos salvar, mas eu nem sei se ele queria que a nossa relação tomasse um jeito.

HELENA – Minha nossa senhora! E você nunca me falou nada sobre o que estava acontecendo. 

ILANA – Me desculpa, Helena. Eu realmente me afastei um pouco de você. 

HELENA – Tudo bem. Independente da distância, o carinho que tenho por você permanece o mesmo. E você sabe que pode contar sempre comigo, não é atoa que está aqui.

ILANA – (chorosa) Ai, Helena… Por mais que ele não me tratasse tão bem quanto deveria, eu o amava. Eu fazia de tudo por aquele homem. Agora eu fico repensando toda a nossa relação e chego até a me questionar se ele me amava. Ele me pegou totalmente desprevenida e nem deu oportunidade para que conversássemos. 

HELENA – Que canalha! 

ILANA –  Eu tô tão mal. Você pode me dar um abraço, minha amiga?

HELENA – É claro.


Helena se compadece com a dor de Ilana e a abraça, deixando que ela chore em seus braços. 


CENA 12: CASA ROSADA. ESTÚDIO FOTOGRÁFICO. INTERIOR. DIA

Jéssica chega no estúdio acompanhada por Caio. Gabriela, ao ver a presença dele, toma uma atitude imediata.


GABRIELA – Desculpa, Caio, mas não posso te deixar entrar.

CAIO – Ah, é? Desde quando você é dona da agência para me dizer o que fazer?

GABRIELA – Apenas estou fazendo o que a dona me pediu.


Jéssica fica entre os dois, tentando amenizar a situação.


JÉSSICA – Não tem problema, Caio. Eu posso fazer minhas coisas aqui sozinha.

CAIO – Não acredito que você vai deixar essa mulher mandar em você. Vamos embora, Jéssica.

JÉSSICA – Caio, eu disse que quero ficar. Tenho meu trabalho aqui e não quero discutir por causa disso.

GABRIELA – Você pode esperar lá fora enquanto eu tiro as fotos.

CAIO – (irritado) Tudo bem, faça o que quiser. Mas saiba que estou de olho em vocês.


Caio sai do estúdio. Jéssica se dirige a Gabriela.


JÉSSICA – Desculpa, Gabriela. Eu não consegui convencer ele de que ele não pode vir comigo aqui.

GABRIELA – Tudo bem, já percebi que ele é bem difícil.


CENA 13: COMPANHIA DE TEATRO. ESCRITÓRIO DE VICENTE. INTERIOR. DIA

Vicente está em seu escritório analisando alguns roteiros. Daniel bate na porta e entra no escritório. Vicente repara e coloca uma expressão séria no rosto.


DANIEL – Bom dia, Vicente.

VICENTE – Bom dia, Daniel. Que bom que você já está aqui, é bom que conversamos logo.

DANIEL – O que houve?


Vicente levanta de sua cadeira e vai até Daniel, ficando de frente pra ele.


VICENTE – Por que é que você veio atrás da Rose? E não adianta tentar me enrolar, pois ela já me falou quem é você. 


Daniel é pego de surpresa e recua para trás. Vicente permanece em uma posição intimidadora.


CENA 14: MANSÃO DE PAULA. SALA. INTERIOR. DIA

Miriam está sentada no sofá mexendo em seu smartphone. Paula chega na sala e nota a presença da filha, indo até ela e sentando-se ao seu lado.


PAULA – Não vai pra faculdade hoje?

MIRIAM – Tô zero afim.

PAULA – Miriam, se for pra ficar faltando, é melhor trancar o curso. Seu pai não vai gostar nada quando descobrir que está faltando faculdade pra você faltar.

MIRIAM – É só você não contar.

PAULA – Você sabe que eu não gosto de mentir pro Fernando. 

MIRIAM – Agora pra Ilana você gosta, não é?

PAULA – Menina!


Paula dá um tapa de leve no braço de Miriam.


MIRIAM – Venhamos e convenhamos, né, mãe? Você faz aquela ali de idiota desde que eu tava na sua barriga. Ainda me colocou no meio dessa história!

PAULA – Sabe que eu pensava que ia me contentar quando seu pai viesse definitivamente para cá? Só que me deu ainda mais vontade de atazanar a Ilana.

MIRIAM – Ih, pela sua cara eu tô vendo que está pensando em aprontar alguma coisa…

PAULA – Ainda bem que você me conhece!


Paula levanta do sofá, dá um sorriso e olha para Miriam.


PAULA – Eu até já sei o que eu vou fazer, risos.


CENA 15: CASA DE ROSE. INTERIOR. DIA

Rose anda de um lado para o outro em sua residência, procurando por algo para fazer. A mulher desiste, respira fundo e acaba sentada no sofá. 


ROSE – Meu Deus, a minha vida não é nada sem aquela companhia…


Ela fica pensativa por um momento, até que uma lâmpada acende em sua cabeça. 


ROSE – Quer saber de uma coisa? Eu não vou fugir da realidade feito uma adolescente, eu vou voltar para o meu trabalho!


Close em Rose decidida.


CENA 16: PRAIA DO LEBLON. EXTERIOR. DIA

Ana caminha pelo calçadão e está com o pensamento distante, relembrando da noite que teve na companhia de Celso. Um largo sorriso está estampado em seu rosto. Distraída enquanto anda, acaba esbarrando em alguém. 


ANA – Me desculpa…

CELSO – (OFF) Não pode ser!


CAM revela Celso, que logo abre um sorriso para ela. Ana dá uma risada surpresa.


ANA – Você?!


Ela abraça-o e quando se separam ficam se encarando, ambos com um sorriso bobo.


CORTE:







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