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AMOR DE VERÃO - Capítulo 05

 



CENA 01: PRAIA DO LEBLON. EXTERIOR. DIA

Ana e Celso estão sentados frente a frente em bancos de um quiosque. Ambos tomam uma água de coco.


ANA – Coincidência te encontrar aqui, hein?!

CELSO – O Rio não é tão grande assim, risos.

ANA – Sabe que eu estava pensando em você enquanto andava pelo calçadão?

CELSO – Ih pensando em mim…

ANA – Estava lembrando da noite de ontem em que você me fez companhia, só isso.

CELSO – Sei…

ANA – A gente conversou tanto ontem, você me levou pra casa e eu ainda nem tenho seu número. 

CELSO – Você é rápida, hein?!

ANA – Apenas prática.

CELSO – Me dá seu telefone aí. 


Ana retira o celular do bolso, desbloqueia e entrega para ele. Celso salva seu número nos contatos dela.


CELSO – Pronto. Agora é só me ligar ou mandar mensagem.


Ana pega o celular de volta e ri.


CENA 02: CASA ROSADA. FACHADA. EXTERIOR. DIA

Helena e Ilana conversam enquanto caminham até a fachada da agência. Ao chegarem no lado externo, as duas se abraçam. 


HELENA – Fica bem, viu?!

ILANA – Vai ser difícil me recuperar desse baque, mas eu vou conseguir.

HELENA – Com toda certeza. E olha, saiba que sempre que precisar de um ombro amigo, eu vou estar aqui.

ILANA – Você é um anjo na minha vida, Helena. Você e a Paula.

HELENA – Como é que tá a Paula, hein? Nunca mais tive notícias. Eu acho que a última vez que a vi foi no aniversário dela ano passado. A vida anda tão corrida, né, menina?!

ILANA – A Paula tá bem, ela às vezes vai lá em casa me fazer companhia, sou muito grata à ela, por sinal. Ela que me fez o papel de minha confidente nesses últimos tempos em que começou a crise do meu casamento. Nunca me deixou na mão, sempre com ótimos conselhos.

HELENA – Ela é ótima. Vez ou outra me manda mensagem perguntando como estou, a gente conversa, é sempre ótimo. A Miriam deve tá uma mulher, né?!

ILANA – Oh se tá! E a Paula é só elogios pra essa filha.

HELENA – Que bom, né?! Apesar de tudo que passou, é uma excelente menina. Até hoje a Paula procura o pai dela e nunca achou, né? Acho isso lastimável. 

ILANA – Segundo a Paula, ela nem pergunta mais pelo pai. Agora que ela tá adulta, ela entendeu que não precisa do canalha na vida dela. É claro que dói, mas a gente acaba se acostumando.

HELENA – Pois é…

ILANA – Agora eu preciso realmente ir, Helena. Se eu pudesse, passava a tarde toda aqui com você. 

HELENA – E por que não passa? Tem tanta coisa que eu tenho para conversar com você.

ILANA – Eu marquei com um advogado para ele ler o contrato do meu casamento e me orientar.

HELENA – Ah…

ILANA – Mas depois a gente marca um café, tá?!


Helena assente com a cabeça. As duas se abraçam mais uma vez e, então, Ilana vai até seu carro, que está do outro lado da rua, destrava e entra no automóvel. Ao preparar-se para sair, recebe uma mensagem anônima em seu telefone:


"Quer saber quem é a nova mulher do seu marido? Vá hoje à noite ao endereço que irei te mandar."


Os olhos de Ilana arregalam e ela fica desconfiada.


CENA 03: COMPANHIA DE TEATRO. ESCRITÓRIO DE VICENTE. INTERIOR. DIA

Vicente permanece sério diante de Daniel, que está claramente intimidado.


VICENTE – E aí, Daniel? Vai falar ou tá difícil?

DANIEL – Vicente, eu não vim atrás da Rose/

VICENTE – Daniel, por favor, vamos manter a sinceridade nessa conversa. Se você não tivesse vindo atrás da Rose, não teria buscado emprego justamente na companhia onde ela trabalha. 

DANIEL – Eu não sabia que ela trabalhava aqui.

VICENTE – Sabia sim! Eu lembro muito bem que você esteve em uma peça de teatro nossa, inclusive foi a última da Rose. Quando ela te viu, começou a errar tudo e nunca mais quis pisar em um palco na vida dela, por vergonha, por medo de errar de novo, por medo de você estar lá novamente/

DANIEL – Pera aí! Por acaso agora eu sou o monstro? A Rose não saber lidar com os problemas que ela mesma criou é culpa minha?

VICENTE – Você fez muito mal a Rose/

DANIEL – A Rose que fez mal a mim! Não só a mim, mas principalmente ao filho dela. Você como amigo dela, isso se ela te contou tudo, sabe muito bem disso. E eu não vou admitir que você comece a falar um monte de mentiras como se fossem verdades. Seja justo, Vicente!

VICENTE – Olha o tom que você tá falando comigo…

DANIEL – Se quiser me mandar embora, pode mandar! Eu arrumo emprego em outro lugar, mas não vou admitir injustiça. 

VICENTE – Eu não vou te demitir a pedido da própria Rose. Mas se ela não voltar pra companhia, eu serei obrigado a fazer isso, porque eu não vou perder a brilhante profissional que a minha amiga é.


Daniel respira fundo.


DANIEL – Era só isso?

VICENTE – Sim.


Daniel dá as costas para Vicente e deixa o escritório. 


CENA 04: MANSÃO DE PAULA. SALA. INTERIOR. DIA

Paula e Miriam estão conversando com uma mulher e apontando para diversos lugares da sala.


MIRIAM – Ali eu acho que podem ficar as fotos de vocês dois.

PAULA – Ai eu prefiro que fique aqui, bem no centro.


Fernando chega na mansão e estranha.


FERNANDO – O que é que está havendo aqui?

PAULA – Meu amor! Que bom que você chegou.

FERNANDO – Vocês estão arquitetando o quê, hein?

MIRIAM – A mamãe teve a ideia de dar uma festa hoje à noite, pai.

FERNANDO – Uma festa hoje à noite? Por que?

PAULA – Para comemorar a nossa união, meu bem. Lhe apresentar para a minha família e amigos. Afinal, nós vamos nos casar em breve, não é?

FERNANDO – Mas uma festa assim sem planejamento prévio? Você nem me avisou nada.

PAULA – Eu tive essa ideia hoje de manhã enquanto conversava com a Miriam.

MIRIAM – O senhor sabe que quando a mamãe tem uma ideia, ela quer fazer na hora.

PAULA – Pois é. Até contratei uma organizadora.


Ela aponta para a mulher que está no canto da sala, aguardando.


FERNANDO – Tudo bem. Eu não vou contrariar.

PAULA – Então você concorda em fazer a festa???

FERNANDO – Concordo.


Paula dá um grito de comemoração, beija e abraça Fernando. Na sequência, ela olha para Miriam e dá uma piscada para a filha.


CENA 05: COMPANHIA DE TEATRO. LANCHONETE. INTERIOR. TARDE

André, Bárbara, Henrique e Marina estão sentados em uma mesa na lanchonete da companhia, tomando milk shakes.


BÁRBARA – (Sorriso malicioso) André, você foi incrível nos testes hoje. Sabe, eu admiro muito o seu talento.

ANDRÉ – Ah, obrigado, Bárbara. Fico feliz que tenha gostado. Acho que todos nós arrasamos.

MARINA – Com certeza, foi um dia intenso. Quero propor um brinde ao nosso talento.

TODOS – (Levantando as taças) Ao nosso talento!


Eles brindam e dão um gole em seus milkshakes.


BÁRBARA – (Empurrando sua cadeira para mais perto de André) Então, André, que tal sairmos juntos depois daqui? Acho que poderíamos nos conhecer melhor.

ANDRÉ – Ah, Bárbara... Eu ia adorar, mas eu estava pensando em ensaiar com a Marina as partes que nós tiramos fotos do roteiro de O Jardim sem Flores.

MARINA – Eu iria amar, André. Mas eu e Henrique já tínhamos planos para esta noite.

HENRIQUE – (Sorrindo) Parece que a Bárbara se deu bem hoje.

BÁRBARA – Ah, André, não tem mais desculpas para não sair comigo, hein?


No mesmo instante, o celular de André começa a tocar. Ele o pega e atende a ligação.


ANDRÉ – (Ouvido ao telefone) Pai? O que aconteceu?

DANIEL – André, tô indo pra casa, compra algo pra gente jantar, filho?

ANDRÉ – Está bem, pai. Vou agora mesmo.


André desliga o telefone e se levanta da mesa.


MARINA – (Rindo) Parece que o destino decidiu por você, André.

HENRIQUE – (Ri junto com Marina) Parece que a noite de Bárbara terá que esperar.

ANDRÉ – Desculpa, Bárbara. Preciso ir. Nos falamos depois, tchau gente.


Todos se despedem de André e Bárbara fica triste.


CENA 06: CASA ROSADA. ESTÚDIO FOTOGRÁFICO. INTERIOR. TARDE

Jéssica termina de posar para as fotos e se aproxima de Gabriela.


JÉSSICA – (Ofegante) Uau, essa sessão de fotos foi puxada. Obrigada, Gabriela.

GABRIELA – Não precisa agradecer, Jéssica. Amo trabalhar com você. Mas... tô preocupada com o Caio.

JÉSSICA – É verdade. Ele deve estar uma fera porque demorei tanto tempo aqui sem ele.

GABRIELA – Jéssica, isso não é saudável. Você merece mais do que um relacionamento que te controla. Você merece respeito e apoio.

JÉSSICA – Eu sei, Gabi. Mas ele sempre alega que faz por amor, por se preocupar comigo.

GABRIELA – Amor não é sufocar o outro ou fazer a pessoa se sentir culpada por ter uma vida além do namoro. Ele tá tentando te manipular. Saiba que tô aqui pra te apoiar, tá? Conta comigo.

JÉSSICA – Obrigada, Gabriela. Seu apoio é fundamental pra mim.

GABRIELA – (Sorri) Você é uma mulher forte e corajosa. Ninguém tem o direito de mandar na sua vida.


As duas se abraçam.


CENA 07: COBERTURA DE HELENA. INTERIOR. TARDE

Helena chega em casa, pendura sua chave e coloca sua bolsa em cima de uma mesa. A mulher começa a tirar seus brincos. Instantes depois, Ana também adentra à residência. 


HELENA – Filha, que bom que chegou. Você foi embora da agência e não voltou mais.

ANA – Fui dar uma caminhada na praia. Você não sabe o que aconteceu…

HELENA – O quê?

ANA – Acredita que eu reencontrei o homem que eu conheci ontem na festa?

HELENA – Mentira! E aí?

ANA – E aí que a gente parou pra conversar, tomou uma água de coco juntos e eu pedi o número de telefone dele.

HELENA – E ele te passou?

ANA – Claro, né?!

HELENA – Que tudo! Ai, Aninha, você falando me faz relembrar da minha juventude. Se apaixonar é tão bom…


Ana muda a expressão para uma mais séria e respira fundo, ficando mais próxima da mãe. 


HELENA – O que foi?

ANA – Você falou agora da sua juventude e me fez relembrar da carta.

HELENA – De novo isso, Ana?!

ANA – Mãe, você precisa entregar essa carta para o meu pai. Chega de enganação!

HELENA – Ana, eu irei entregar essa carta quando eu bem entender, isso diz respeito à minha vida e não a sua.

ANA – Mas isso me envolve também! Eu não aguento mais fingir que tá tudo normal para o meu pai. Vejo ele todo bobo olhando pra você e me dá uma pena…

HELENA – Sem chantagem emocional.

ANA – É a verdade, mãe! Meu pai é louco por você e não merece continuar alimentando um amor que só existe da parte dele.

HELENA – Então você vai fazer o quê? Contar pra ele?

ANA – Claro que não. Quem tem que fazer isso é a senhora.

HELENA – Pois é. Então não se mete pra não acabar sobrando pra você. 


TRILHA SONORA: Instrumental


Ana fica surpresa com a fala grosseira da mãe e arregala os olhos. Helena dá as costas para ela e se retira da sala.


CORTE:



CORTE:


CENA 08: APARTAMENTO DE RENATA. SALA. INTERIOR. TARDE

Jéssica entra em casa e encontra Renata na sala.


RENATA – Ah, finalmente você chegou! E cadê o Caio? Ele deveria estar aqui.

JÉSSICA – Ele não podia ficar na hora das fotos e foi embora. Além disso, eu posso muito bem sair sozinha e cuidar de mim mesma.

RENATA – Mas ele está preocupado, Jéssica. Ele é seu namorado, deve estar ao seu lado em todos os momentos.

JÉSSICA – Mãe, eu não posso continuar permitindo que ele controle minha vida. Preciso ter minha própria liberdade e autonomia. Não vou abrir mão disso.

RENATA – Você não entende, Jéssica. Ele está tentando te salvar dessa história de bissexualidade.

JÉSSICA – Mãe, eu sou quem eu sou. E não vou aceitar que você fale coisas preconceituosas sobre a minha orientação sexual.

RENATA – Ah, mas você não enxerga como o Caio te salvou? Ele te livrou dessa vida de confusão. Você deveria agradecer por ele estar ao seu lado.

JÉSSICA – Eu não vou mais aceitar ser tratada como uma pessoa incapaz de tomar suas próprias decisões. Eu mereço ser respeitada e ter o direito de escolher o que é melhor para mim.


Jéssica pega o celular e digita uma mensagem para Caio.


JÉSSICA – (Mensagem) Caio, precisamos conversar. Podemos nos encontrar? É importante.


Jéssica guarda o celular no bolso e olha determinada para Renata.


CENA 09: RIO DE JANEIRO. EXTERIOR. NOITE


TRILHA SONORA: Instrumental (até o final da cena 10)


CAM mostra visão aérea da cidade, focando no Cristo Redentor anoitecendo. As praias aos poucos vão esvaziando e as avenidas lotadas de carros. A noite chega na trama. Corte suave para a Mansão de Paula.


CENA 10: MANSÃO DE PAULA. SALA. INTERIOR. NOITE

A sala da mansão está decorada com várias fotos do casal, mesas com doces finos e um grande bolo ao centro. Paula e Fernando brindam taças de champagne com alguns convidados. Após o brinde, Paula se afasta e vai até a Miriam.


PAULA – (murmurando) Será que ela vem?

MIRIAM – (murmurando) A minha parte de mandar a mensagem anônima, eu fiz.

PAULA – Espero que nada saia dos meus planos essa noite.


Paula dá mais um gole no champanhe e volta para os convidados. Miriam segue a mãe pelo olhar.


CENA 11: CASA DE ROSE. SUÍTE. INTERIOR. NOITE

Rose está sentada em sua cama mexendo em seu celular. Ela entra na aba de ligações, tecla alguns números e inicia uma chamada. A pessoa logo atende.


ROSE – Alô, Vicente?

VICENTE – (OFF) Oi, Rose.

ROSE – Você tá ocupado?

VICENTE – (OFF) Não, não. Estou saindo da companhia agora.

ROSE – Eu tomei uma decisão. Irei voltar para a companhia.

VICENTE – (OFF) Que notícia boa, minha amiga!

ROSE – Não irei deixar que nada nem ninguém me impeça de trabalhar!

VICENTE – (OFF) É assim que se fala.

ROSE – Só não sei como conseguirei encarar meu filho, já que inevitavelmente iremos nos cruzar lá. 

VICENTE – (OFF) Chegou a hora de encarar a realidade, Rose. Você vai conseguir!


Rose respira fundo e concorda. Os dois seguem conversando pela ligação. 


CENA 12: COBERTURA DE HELENA. QUARTO DE ANA. INTERIOR. NOITE

Ana está deitada em sua cama olhando suas redes sociais. Ela para no tempo e começa a lembrar de seu encontro com Celso.


FLASHBACK ON


Ana retira o celular do bolso, desbloqueia e entrega para ele. Celso salva seu número nos contatos dela.


CELSO – Pronto. Agora é só me ligar ou mandar mensagem.


FLASHBACK OFF


Ana sorri e vai até o aplicativo de mensagens. Ela entra no contato de Celso e manda "Oi, como você tá?", ansiando por uma resposta. 


CENA 13: COBERTURA DE HELENA. SUÍTE PRINCIPAL. INTERIOR. NOITE

Helena está sentada em sua cama, novamente encarando a carta que escreveu, pensativa se deve entregar ou não para Vicente.


HELENA – Com isso aqui tudo vai mudar… eu não sei se tô pronta.


A mulher segue pensativa, mas, de repente, sua expressão muda para uma assustada.


HELENA – Meu Deus, eu esqueci a chaleira ligada no fogão!!!


Helena levanta rapidamente e corre até o andar debaixo, deixando a carta sobre a cama.


CENA 14: MANSÃO DE PAULA. FACHADA. EXTERIOR. NOITE

Ilana estaciona o carro em frente à mansão, ela força a vista para conseguir olhar o número da residência. 


ILANA – 1001… É aqui.


A mulher retira o cinto de segurança, abre a porta do carro e desce, caminhando em direção à porta de entrada.


CENA 15: MANSÃO DE PAULA. SALA. INTERIOR. NOITE

Paula está cumprimentando mais alguns convidados ao lado de Fernando. A fotógrafa aborda os dois.


FOTÓGRAFA – Licença, será que eu posso tirar as fotos do casal agora?

PAULA – É claro, meu bem. Vamos ali pro centro que a decoração está bem bonita!


Paula arrasta Fernando para o centro da sala. A fotógrafa se posiciona e começa a fazer vários registros.


FERNANDO – Tá ficando bom?

FOTÓGRAFA – Tá ficando ótimo! Agora eu quero uma foto com um beijo bem apaixonado, tipo de cinema…


TRILHA SONORA: Instrumental (até o final desta cena)


Fernando curva Paula e dá um beijo intenso na amada. Nesse mesmo momento, Ilana vai entrando na residência e a primeira coisa que vê é aquela cena, entrando em estado de choque. Ela vai se aproximando cada vez mais dos dois e os convidados não deixam de reparar.


FOTÓGRAFA – Querida, você tá atrapalhando! Hello???


Paula e Fernando saem da posição da foto e são surpreendidos por Ilana bem na frente deles. A fúria no olhar da mulher é visível. 


ILANA – Alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui?


CENA 16: COBERTURA DE HELENA. SUÍTE PRINCIPAL. INTERIOR. NOITE

Vicente chega no quarto após um longo dia de trabalho, ele desabotoa a camisa e senta na cama, respirando fundo. Ele nota que sentou em cima de alguma coisa e, ao olhar para o lado, vê uma carta.


VICENTE – Que carta é essa?


O homem pega a carta em mãos e logo visualiza "De: Helena; Para: Vicente".


VICENTE – É da Helena pra mim…


Desconfiado, abre o envelope e retira o papel que havia dentro, iniciando uma leitura.


TRILHA SONORA: Instrumental (até o final desta cena)


VICENTE – (lendo) "Querido Vicente, estou escrevendo essa carta mas nem sei quando terei a coragem de te entregar. Queria começar dizendo que esses quase trinta anos que passamos juntos foram muito significativos para mim, não me arrependo de nenhum momento. Você foi um excelente marido e o melhor pai que eu poderia ter dado para a nossa filha. Você sempre fez de tudo para que Ana e eu não sofrêssemos com nada, sempre nos deu amor, carinho, atenção e nos proporcionou momentos únicos de muita alegria. És um dos homens mais incríveis, se não o mais, que já conheci em todos os meus 55 anos de vida. E é por isso que eu não acho justo continuar te prendendo a mim. Saiba que eu nunca te traí, mas os meus pensamentos já não estavam sendo fiéis à você. O amor que eu sinto por você como amigo ainda existe, sempre vai existir. Mas como homem, ele acabou. Talvez ele nunca nem tenha começado. Me dói muito escrever isso, e eu sei que vai doer ainda mais em você, mas é necessário. Por meio dessa carta, eu estou te liberando para ser feliz ao lado de outra mulher, e eu tenho certeza que ela vai ser muito agraciada em te ter. Atenciosamente, Helena."


Ao terminar de ler a carta, os olhos de Vicente estão cheios de lágrimas, ao mesmo tempo que sua expressão é de choque. Helena chega no quarto e é surpreendida ao perceber o que aconteceu. 


HELENA – Vicente…

VICENTE – Me diz que isso é um pesadelo, Helena.


Helena engole seco. Vicente está desacreditado do que acabou de ler. Ambos se encaram. Closes alternados entre os dois e final em Helena.


CORTE:









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