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AMOR DE VERÃO - Capítulo 12

 



CENA 01: COBERTURA DE HELENA. SALA. INTERIOR. DIA

Continuação imediata do capítulo anterior. Ana continua encarando a foto que Helena segura de Celso jovem. Ana está visivelmente abalada e Helena nota a expressão da filha.


HELENA – O que foi, Ana? Você não me parece bem.

ANA – Não é nada… só senti minha pressão baixar um pouco.

HELENA – Assim do nada?

ANA – (disfarçando) Eu não me alimentei direito… acho que é isso.

HELENA – Tem certeza?

ANA – Sim. Eu tô com um pouco de dor de cabeça, vou até o meu quarto tomar um remédio. 


Nervosa, Ana dá as costas para Helena e sobe as escadas até o andar de cima. Helena estranha o comportamento de sua filha. 


CENA 02: APARTAMENTO DE MARINA. SALA. INTERIOR. DIA

Marina ouve a campainha, vai até a porta e abre.


MARINA – Oi, André, bem vindo!

ANDRÉ – Oi, obrigado.


Os dois se abraçam e André segue Marina até a sala, carregando sua mochila.


ANDRÉ – Onde eu coloco a mochila?

MARINA – Ah, pode colocar em cima do sofá mesmo.


André abre a mochila, tira os papéis do roteiro e a coloca no sofá. Os dois se sentam no chão, se preparando para ensaiar.


ANDRÉ – Vamos começar por que parte?

MARINA – Página 4 do início mesmo.

ANDRÉ – Ok.


André procura entre as páginas grampeadas o número 4, e não acha.


ANDRÉ – Puts, eu acho que não grampeei todas, tá faltando a 4, a que a gente ia ensaiar.

MARINA – André, desde o dia da revelação dos papéis você tá meio aéreo, perdido, triste. O que aconteceu?

ANDRÉ – Marina, eu acho melhor não contar nada, eu to bem, sério.

MARINA – Por favor, André. Contar vai fazer eu conseguir te ajudar melhor, me diz.

ANDRÉ – Ah… Tudo bem. Eu digo. Eu e meu pai viemos para o Rio com o objetivo de encontrar a minha mãe, e a minha mãe é a Rose.


Marina fica chocada.


ANDRÉ – Sim, é estranho, eu sei. A ex atriz de sucesso e a sócia do Vicente na companhia sendo minha mãe, por dentro de mim veio um monte de informações, lembranças e sensações quando eu a encontrei.

MARINA – André, eu não consigo imaginar o turbilhão de emoções que você está enfrentando agora, mas saiba que estou aqui para te ouvir e te apoiar. Isso pode levar tempo para ser processado por você.

ANDRÉ – Obrigado, Marina. Você é muito especial na minha vida, tá me ajudando muito.


CENA 03: CASA DE ROSE. INTERIOR. DIA

A campainha toca. Rose, vinda do corredor, dirige-se até a porta e atende. Vicente está na entrada.


VICENTE – Posso entrar?

ROSE – Claro.


Ela dá espaço para que o homem entre e fecha a porta. Os dois ficam frente a frente.


ROSE – O que veio fazer aqui?

VICENTE – Você não foi trabalhar hoje e, logo, deduzi que aconteceu alguma coisa. 

ROSE – Ninguém me conhece melhor do que você, não é, Vicente?

VICENTE – Melhor amigo é assim.


Rose dá um sorriso desajeitado. Em um corte, os dois estão sentados no sofá da sala, tomando uma xícara de café. 


ROSE – Eu não tive coragem de encará-los e acabei desistindo de ir ao encontro.

VICENTE – Pelo que está me falando, você teve uma crise de pânico atrelada à uma ansiedade generalizada. Já pensou em procurar atendimento psiquiátrico, Rose?

ROSE – Já pensei em procurar uma terapeuta, mas tenho medo. Existe todo aquele estigma em cima, de que terapia é coisa para gente maluca/

VICENTE – Jamais reproduza esse tipo de comentário, nem deixe que coloquem isso na sua cabeça. Todo mundo deve fazer terapia, até eu faço, e no seu caso é essencial. Você precisa aprender a lidar com seu passado, Rose, e todos os problemas que ele traz.

ROSE – Você está coberto de razão, Vicente. Estou determinada a procurar ajuda e vou procurar!

VICENTE – E saiba que você tem a mim sempre que precisar. Estou aqui para lhe dar conselhos, puxões de orelha e também para os momentos de descontração. Nossa amizade vale muito para mim.

ROSE – Para mim então… Você é um anjo na terra, Vicente.

VICENTE – Estou bem longe disso. (Ri) Mas até que tento.

ROSE – Obrigada pelo apoio, meu amigo.

VICENTE – Ao invés de agradecer com um obrigado, você bem que podia me pagar uma rodada de chopp, hein?!

ROSE – (Ri) Ai você já quer demais, né?

VICENTE – Não, não. Você está me devendo!

ROSE – Te devendo? Enlouqueceu, gente.

VICENTE – Lembra aquela vez que você apostou comigo [...]


Os dois seguem a conversa em tom descontraído em off, divertindo-se na companhia um do outro.


CENA 04: APARTAMENTO DE RENATA. SALA. INTERIOR. DIA

RENATA – Jéssica, estou preocupada com suas atitudes recentes. Você tem sido muito desrespeitosa comigo e com o seu namorado e está agindo de forma irresponsável.

JÉSSICA – Ah, para com isso, mãe! Você e o Caio vivem pegando no meu pé o tempo todo. Eu já sou crescida, posso tomar minhas próprias decisões.

RENATA – Eu estou querendo o que é melhor para você, o Caio te ama e você desperdiça todo esse amor que ele te dá.

JÉSSICA – Parece que você quer ser a namorada do Caio, mãe. Apoia tudo o que ele fala e faz, ao invés de entender o lado da sua filha.


Sem conseguir controlar sua raiva, Renata dá um tapa no rosto de Jéssica. O silêncio preenche o ambiente, carregado de tensão.


JÉSSICA – Isso é inaceitável! Eu não vou ficar aqui sendo tratada assim.


Determinada, Jéssica sai da casa em direção à agência.


TRILHA SONORA: Instrumental - Tenso Impacto (até o fim da cena 5)


CENA 05: APARTAMENTO DE MARINA. SALA. INTERIOR. DIA

ANDRÉ – Acho que por hoje tá ótimo, Marina. Aliás, suas palavras me ajudaram a clarear as ideias. Precisava desabafar com alguém e você chegou na hora certa na minha vida.

MARINA – De nada, André. Tô aqui pra isso, pra te ajudar no que puder. Qualquer coisa, é só chamar.


André se levanta para ir embora. Ele caminha até a porta e a abre, surpreendendo-se ao ver Henrique do lado de fora.


HENRIQUE – O que tá rolando aqui?

ANDRÉ – Nada, eu e a Marina estávamos ensaiando pro musical.

HENRIQUE – Cara, você simplesmente está obcecado em ir atrás da minha namorada. é impressionante, já roubou meus papéis nas peças e agora quer levar minha namorada junto?

ANDRÉ – Ai Henrique me poupe, você com essa sua insegurança de merda já me irritou, eu não consigo ficar um minuto sozinho com a Marina que eu to roubando sua namorada, garoto me erra.


André empurra Henrique levemente e vai embora


MARINA – (Aplaudindo lentamente) Parabéns, Henrique. Nunca tinha visto ele assim, você fez o André enlouquecer.

HENRIQUE – O que tá rolando entre você e o André? Por que vocês estão tão próximos?

MARINA – Dá um tempo, Henrique! Não vou ficar aqui ouvindo acusações sem fundamentos. Se você não confia em mim, talvez seja melhor pensarmos sobre o nosso relacionamento.


Henrique fica incrédulo e Marina o encara com firmeza.


MARINA – Agora, por favor, sai da minha casa.


Henrique, furioso, vai embora da casa de Marina.


CENA 06: CASA ROSADA. ESCRITÓRIO DE HELENA. INTERIOR. DIA

Helena está em sua sala, pensativa e Gabriela bate na porta.


HELENA – Entra. 

GABRIELA – (Entrando) Boa tarde.

HELENA – Boa tarde, Gabi. Tá séria, o que foi?


Gabriela se senta na frente de Helena


GABRIELA – Ai Helena, é sobre a Jéssica.

HELENA – De novo? Você só vem falar dela.

GABRIELA – Só que dessa vez é diferente. Você sabe, né? Ela tinha dito para a gente ter uma relação só profissional, sem amizade nem nada por causa de umas coisas que aconteceram.

HELENA – Sim, fui informada, mas se você veio falar sobre tem algo a mais, não é?

GABRIELA – Tem sim. Depois disso, ela voltou dizendo que tinha mudado de ideia e que queria que a gente voltasse a nossa relação de antes, tudo muito esquisito, repentino.

HELENA – Estranho, ela parecia estar bem decidida.

GABRIELA – O pior vem agora. No último ensaio que nós tivemos, ela soltou um flerte pra mim, tentando me cantar.

HELENA – Ué, se uma quer e a outra também quer, o que tem demais gente?

GABRIELA – Helena, ela não terminou com o namorado, presta atenção nesse detalhe.

HELENA – Ah, Gabi. Eu entendi tudo agora. Ela tá tentando te usar para fazer ciúmes no namorado, Jéssica ainda é uma moleca, tem muito o que aprender na vida, diferente de você que é formada, com emprego e casa própria. Não se ilude demais, conselho de amiga.


Gabriela para pra refletir sobre os conselhos de Helena.


GABRIELA – Obrigada, Helena. Eu já sei o que fazer.


Gabriela sai do escritório rapidamente, deixando Helena curiosa sobre o que irá fazer.


CENA 07: COBERTURA DE HELENA. SALA. INTERIOR. DIA

Ana está pronta para sair ao trabalho. Ela não consegue parar de pensar na foto que Helena lhe mostrou.


FLASHBACK ON


Helena fica ao lado da filha, respira fundo, e entrega a foto para ela. Ana, que estava com um sorriso no rosto, expressa confusão em seu rosto. Aquele jovem da foto lembra muito Celso. 


HELENA – E aí, o que achou dele?

ANA – Muito bonito… Qual o nome dele?

HELENA – Celso. (P) Celso de Sá. 


Os olhos de Ana arregalam e ela começa a associar tudo. Close no rosto da jovem mulher, que tenta disfarçar o nervosismo.


FLASHBACK OFF


ANA – (refletindo/triste) Qual a chance disso acontecer, meu Deus? Eu apaixonada pelo grande amor da vida da minha mãe… Isso não tá certo.


O celular dela recebe uma notificação. É Celso:


"Me encontra no Cavallini em meia hora para almoçarmos juntos. Precisamos conversar."


ANA – (encarando o celular) Será que eu vou?


ABERTURA:



CORTE:


CENA 08: APARTAMENTO DE ILANA. SALA. INTERIOR. DIA

Ilana está sentada no sofá da sala, com o controle da televisão em mãos e procurando algo para assistir. Ela recebe uma notificação no celular, é uma mensagem de sua advogada:


"A primeira audiência de conciliação está marcada para amanhã às 14h no fórum. Esteja lá para que consigam entrar em acordo nas cláusulas de separação."


Após terminar de ler a mensagem, Ilana respira fundo e coloca o celular de lado.


ILANA – Lá vamos nós…


CENA 09: RESTAURANTE. INTERIOR. TARDE

Celso está sentado em uma mesa no centro do salão. Ana chega e senta em frente a ele.


CELSO – Que bom que você chegou, já fiz o pedido.

ANA – Só vim porque insistiu muito.

CELSO – Que bom que veio então.

ANA – O que quer conversar comigo?

CELSO – Ana, é notório que as coisas vêm se intensificando entre nós. 

ANA – Sim, eu sei.

CELSO – Por isso… eu gostaria de conhecer a sua família. 

ANA – (surpresa/nervosa) Não! Nem pensar.

CELSO – Por que não? Que reação é essa? Pensei que iria gostar da minha atitude.

ANA – Celso, eu acho que ainda é muito cedo para isso. Nos conhecemos há pouco tempo, ainda é recente.

CELSO – Recente, mas intenso. Verdadeiro. Até já tivemos nossa primeira noite juntos, você me disse que estava gostando de mim e eu de você. O que mais falta para eu conhecer seus pais? É vergonha por eu possivelmente ter a idade deles?

ANA – Claro que não! De onde você tirou isso?

CELSO – Sei lá…

ANA – Celso, entenda que ainda não é o momento. Meus pais estão passando por um processo de separação, é um momento delicado e estão cheios de coisas na cabeça. Tem como você esperar um pouco?

CELSO – Tudo bem, eu não vou insistir. Mas, saiba que quando esse momento passar, faço questão de conhecê-los.


Celso compreende, mas não se conforma. Ana respira aliviada que conseguiu fugir desse encontro. O homem estranha o jeito dela.


CENA 10: CASA ROSADA. ESTUDIO FOTOGRÁFICO. INTERIOR. TARDE

Após a sessão de fotos, Gabriela se aproxima de Jéssica com uma expressão séria.


JÉSSICA – Será que ficaram boas? (Percebendo a expressão de Gabriela) O que aconteceu, Gabi? Você tá diferente.

GABRIELA – Na verdade, eu tomei uma decisão e… bem, não acho que posso continuar sendo sua fotógrafa.

JÉSSICA – O quê? Por quê? Eu adoro trabalhar com você, nossas sessões são ótimas.

GABRIELA – Acho que você já percebeu, Jéssica. Eu estou criando sentimentos por você. Não posso criar confusão na sua vida, você namora.

JÉSSICA – Gabriela, por favor, não tem necessidade disso.

GABRIELA – A decisão já está tomada. Desculpa.


Gabriela pega sua mochila e sai do estúdio, deixando Jéssica abalada.


CENA 11: RIO DE JANEIRO. EXTERIOR. NOITE


TRILHA SONORA: Djavan - Flor de lis (até a cena 12)


Anoitece. CAM transita pela orla da cidade carioca, que começa a ser esvaziada. Transição para as principais avenidas, onde o trânsito intensifica‐se com a chegada da noite. Corte para a fachada de um hotel.


CENA 12: QUARTO DE HOTEL. INTERIOR. NOITE

André está deitado na cama com expressão triste, Daniel chega no quarto e vai até ele.


DANIEL – O que houve, filho?

ANDRÉ – Muita coisa, pai.


Daniel anda até a cama, se senta e André coloca a cabeça no colo do pai.


ANDRÉ – É a Rose. Eu… eu conversei sobre ela com a Marina hoje.

DANIEL – Por que você está falando da sua vida pessoal com a Marina?

ANDRÉ – Eu precisava de um conselho, pai. Marina me ajudou, me entendeu.

DANIEL – E você não tem a mim para pedir conselhos?

ANDRÉ – Sei que você sempre tá aqui pra me ajudar, mas eu não consegui guardar pra mim naquele momento.

DANIEL – André, você pode estar passando por uma fase difícil, mas tem que pensar nas suas ações. Você pode arrumar algum problema lá, a garota namora.

ANDRÉ – Eu sei, pai. Não vou me envolver em problema. Prometo.


CENA 13: BAR NIGHT OUT. INTERIOR. NOITE


TRILHA SONORA: Chico Buarque - Futuros Amantes (até o fim da cena)


CAM foca na entrada do bar. Ilana chega no local para aproveitar o restante de sua noite, ela é recebida pelo promoter e vai se acomodando, indo na direção do barman.


ILANA – Boa noite. Eu gostaria de um Martini, por favor?

BARMAN – É pra já. 

VOZ MASCULINA – Eu não posso acreditar…


(Música abafa) CAM revela Vicente, que está bastante próximo a Ilana. Os dois se surpreendem positivamente ao se verem, abraçando-se e sorrindo.


ILANA – Que coincidência boa, Vicente!

VICENTE – (Ri) Será que agora iremos viver nos esbarrando?

ILANA – (Ri) Acho que sim.

VICENTE – O que é que você veio fazer aqui?

ILANA – Ah, estava tão entediada presa dentro do apartamento, resolvi vir tomar um drink e aproveitar o restante desta noite. 

VICENTE – E se eu te falar que eu tive essa mesma ideia?

ILANA – Acho que todos os recém-solteiros têm o mesmo pensamento.


Ambos riem. O barman entrega o Martini de Ilana e ela começa a beber.


VICENTE – É rir pra não chorar, viu?

ILANA – Verdade. (P) Mas, e aí? Já encontrou algum papel pra mim?

VICENTE – Estou estudando bastante um em que você se encaixe. Aliás, estou quase te escalando para "O Jardim sem Flores".

ILANA – Essa peça é sobre o quê?

VICENTE – É um clássico romance de época. Estava pensando em te designar ao papel de mãe má, não sei. Te agrada?

ILANA – Mãe eu sempre quis ser, agora má?! Você me vê como uma vilã perigosa? (trejeitos)

VICENTE – (Ri) Esse é o problema: não. É claro que uma boa atriz, interpreta qualquer papel que lhe é dado e você não seria diferente. Acredito no seu potencial. Mas, te vejo mais como aquelas mocinhas apaixonantes, nada boba e duras na queda.

ILANA – Vou tomar isso como um elogio.

VICENTE – E é. (P) Mas, me fala, você tem alguma ideia sobre o que quer fazer?

ILANA – Até tenho, mas acho que aqui não é o local adequado para conversarmos, pois tenho muito a dizer.

VICENTE – Então o que sugere?

ILANA – Quer ir à minha casa amanhã à noite para debatermos? Não posso lhe receber durante a tarde, pois tenho que ir ao fórum encaminhar o meu processo de separação. 

VICENTE – Perfeito. Pra mim é até melhor, pois tenho que passar o dia na companhia.

ILANA – Então, combinado?

VICENTE – Combinado!


Eles estendem as mãos um para o outro e se cumprimentam, dando risada na sequência. A conversa entre os dois continua.


CENA 14: COBERTURA DE HELENA. CORREDOR. INTERIOR. NOITE

Helena abre a porta de sua suíte e deixa o ambiente. Ela acaba cruzando com Ana pelo corredor, abordando a filha.


HELENA – Já vai para o quarto, meu amor?

ANA – Sim…

HELENA – Não quer conversar um pouco? Ainda está cedo.

ANA – Conversar sobre o quê?

HELENA – Eu posso te falar mais sobre o meu passado, estava lembrando de umas histórias ótimas sobre meu namoro com o Celso/

ANA – (corta) Não tô muito no clima hoje, mãe. Tô morrendo de sono, só quero tomar um banho e dormir.

HELENA – Que desânimo é esse? Você sempre se anima quando eu vou te contar minhas aventuras. Tem algo acontecendo, Aninha?

ANA – Eu só tô cansada mesmo. Boa noite.

HELENA – Boa noite.


Ana abraça a mãe e dá um beijo na testa dela. Logo, ela vai caminhando até seu quarto. Helena acompanha ela pelo olhar.


HELENA – O que será que tá se passando nessa cabecinha, hein?!


CENA 15: MANSÃO DE PAULA. SALA DE JANTAR. INTERIOR. NOITE

Fernando, Paula e Miriam estão sentados à mesa. Fernando e Paula jantam e Miriam toma apenas um suco.


PAULA – Não vai comer o espaguete, filha? Está uma delícia. 

MIRIAM – Eu não tô com fome, mãe. 

PAULA – Tem certeza? Come só um pouquinho, meu bem.

MIRIAM – Mãe, eu já disse que não estou com fome.

FERNANDO – Que é que deu em você agora, Miriam? Está tentando emagrecer? Se você perder mais algumas gramas, vai acabar sumindo.

PAULA – (Ri) Pior que seu pai tem razão. 

MIRIAM – (furiosa) Vocês dois são muito invasivos, sabiam?! 

FERNANDO – Que modo de falar é esse?

MIRIAM – Desculpa.


Paula encara Miriam, pensa e decide começar a colocar seu plano em prática. 


PAULA – Tem alguma coisa que você quer falar, Miriam?

MIRIAM – Como assim?

PAULA – Sei lá…

FERNANDO – Filha, sua mãe me falou que você está pensando em ter sua independência. É verdade?

MIRIAM – (entendendo a jogada de Paula) Ah, eu comentei por alto…

FERNANDO – Você quer sair de casa?

MIRIAM – Eu pensei em ocupar o apartamento que o senhor morava com a Ilana. Ele é seu, não é?

FERNANDO – É… Mas a gente pode financiar um novo pra você. 

MIRIAM – Por que não me dar um que já temos? Seria até mais econômico. Ele vai ficar desocupado, não vai?


Fernando é pego de surpresa pelo questionamento de Miriam. Paula demonstra olhar de satisfação em ver a filha seguindo sua armação. 


ENCERRAMENTO:




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